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quinta-feira, abril 16, 2015

Segurança com racionalidade

Que se mantenham altos os investimentos em segurança pública. porém, é preciso investir corretamente
Em Fortaleza, após 27 dias internado no Instituto Doutor José Frota (IJF), o empresário belga Filip Emiel Julia Janssens, de 61 anos, teve uma parada cardíaca e morreu. O estrangeiro foi baleado na Beira Mar, durante uma tentativa de assalto. Ontem, em Salvador, um turista espanhol de 36 anos que acabara de chegar à Capital baiana foi vítima de latrocínio.

Entre os quase mil mortos por mês contabilizados nessas capitais, os dois homicídios são destacados pelo impacto negativo nas contas do turismo tão importantes para essas capitais. É óbvia a repercussão internacional de casos como os citados. O sonho acalantado há décadas de atrair levas de turistas estrangeiros para o Ceará e a Bahia se tornam pesadelos diante da montanha de mortos produzidos nas duas cidades.

É improvável que grandes contingentes de turistas estrangeiros venham se aventurar em terras marcadas pela violência e desvalorização da vida. Trata-se de uma obviedade. Enquanto persistirem os absurdos índices de violência, o Ceará vai emitir muitos mais turistas para a Europa e os EUA do que se verificará no sentido inverso.

No último trimestre, surgiram algumas sinalizações de que ao gráfico dos homicídios parou de crescer no Ceará. Por enquanto, a análise deve ser parcimoniosa. É preciso esperar uma sequência mais longa de tempo e de estatísticas para se chegar a alguma conclusão.

A quantidade de assassinatos estagnada ou um pouco menor é bom sinal, mas longe do suficiente. É preciso ter como meta o índice considerado aceitável pela ONU. No caso, até 10 homicídios por cada 100 mil habitantes. Estamos ainda muito longe e não há chance de se alcançar esse índice no curto prazo. Talvez seja tarefa para uma geração.

Além da queda no número de homicídios, há outra boa notícia. Foi alvissareiro o ponto da entrevista concedida ao O POVO pelo governador quando a autoridade afirma o propósito de não continuar comprando viaturas excessivamente caras e claramente inadequadas para o policiamento urbano.

Que se mantenham altos os investimentos em segurança pública. Porém, é preciso investir corretamente, sempre preservando a racionalidade e o fundamento científico nas escolhas.

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