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sexta-feira, novembro 26, 2010

A reconquista da paz não tem mágica

26 de novembro de 2010 | Categorias: 1

Em coletiva de imprensa, o governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral e o Ministro da Defesa Nelson Jobim concederam uma coletiva de imprensa para falar sobre a operação contra traficantes na capital Fluminense.

Cabral assegurou que a pacificação das favelas no Rio de Janeiro não irá ocorrer de forma repentina:
— A reconquista definitiva da paz não tem mágica, é 90% de transpiração, de muita luta, de muito trablaho, organização e 10% de inspiração.

O governador destacou a importância do apoio do governo federal para o sucesso das ações policias e contou que na manhã desta sexta-feira a presidente eleita Dilma Rousseff ligou para ele manifestando seu entusiasmo com o sucesso da operação.
— Não nos faltou por parte do governo federal o translado de presos, o apoio de aeronaves e a presença da Policia Rodoviária Federal.

Cabral assegurou que a ofensiva nas favelas é de extrema importância para garantir a paz na cidade:
— O que está em jogo não é mais um confronto, não é mais um capítulo que se esvai ao longo do tempo, o que está em jogo é uma politica de segurança pública que permitirá a nossa população a apaz e a tranquilidade esperada.

Sites internacionais repercutem onda de violência no Rio de Janeiro

Polícia | 25/11/2010 | 21h36min
Atualizada em 26/11/2010 às 03h02min

A onda de ataques no Rio de Janeiro que deixou mais de 30 mortos nos últimos cinco dias virou notícia nos principais sites de jornais internacionais. A rede de notícias árabe Al-Jazeera e o site do jornal francês Le Figaro foram os que deram maior destaque ao confronte entre traficantes e policias na capital fluminense.

Le Figaro:

"Cenas de guerra nas favelas do Rio" é a manchete do site do periódico francês Le Figaro. A matéria remete para uma galeria com oito fotos de policiais armados nas ruas, pessoas fugindo, veículos queimados e apreensões de drogas.

Este tipo de imagem passou a ser associada ao Brasil pelos estrangeiros após os filmes Cidade de Deus, Carandiru e Tropa de Elite, que exploravam a miséria brasileira e o poderio militar e que foram sucesso de público e bilheteria no mundo inteiro.

Al-Jazeera:

Com uma foto dos tanques da Marinha utilizados pelo Bope para adentrar a Vila Cruzeiro, a rede de notícias árabe Al-Jazeera deu destaque aos ataques cariocas. O site chama atenção que a repressão policial com veículos blindados e helicópteros faz parte da estratégia do governo brasileiro para controlar o crime nas favelas na cidade será anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2016 e sediará a Copa do Mundo em 2014. A Al-Jazeera ainda traz depoimentos de repórteres brasileiros sobre a situação na capital fluminense.

El País:

O site do periódico espanhol El País afirma que é "decisiva" a batalha da polícia contra traficantes nas favelas e que este momento é crucial para eliminar a violência nos bairros mais pobres. Apresentado como uma das personalidades da polícia no Rio e autor do longa-metragem Tropa de Elite, Rodrigo Pimentel afirma "Rio de Janeiro, agora ou nunca" em frase retirada de um site brasileiro.

Clarín:

Destacando o alto número de mortos — pelo menos 30 — desde o enfrentamento entre a polícia e os traficantes do Rio de Janeiro, o site do jornal argentino Clarín apresenta o ataque na capital fluminense. O periódico lembra que, neste tipo de ação, civis sempre estão sujeitos a serem atingidos por balas perdidas e apresenta a garota de 14 anos como vítima do embate na cidade.

The Telegraph:

O jornal britânico The Telegraph traz um histórico das "facções rivais por trás da violência": Comando Vermelho e ADA (Amigos dos Amigos). O periódico destaca que a ofensiva da polícia aos criminosos é uma luta para melhorar a imagem de segurança da capital fluminense. E lembra ainda que, quando o Rio de Janeiro foi nomeada como cidade-anfitriã das Olimpíadas de 2016, o presidente Lula em lágrimas anunciou: "O Rio merece isso porque o Rio é uma cidade que sofreu".

New York Times:

O principal jornal norte-americano, o New York Times, repercutiu, nesta quinta-feira, a ocupação policial à Vila Cruzeiro. Segundo a reportagem, a "polícia de elite estava caçando líderes de gangs que traficam drogas no Estado, responsáveis por cinco dias de violência". A ofensiva faria parte, diz a matéria, da campanha para "limpar" as gangs cariocas antes que a cidade receba a Copa do Mundo em 2014 e as Olimpíadas em 2016.
ZEROHORA.COM

"O Iraque veio até a gente", diz moradora da linha de frente no Rio

Polícia | 26/11/2010 |
Atualizada às 08h06min

Para os moradores, a operação que expulsou os traficantes da Vila Cruzeiro tem um nome: guerra
Rodrigo Müzell | rodrigo.muzell@zerohora.com.br

A caravana era composta por carros blindados da Marinha, por caveirões do Bope, por camburões da Polícia Civil do Rio. Mas, na quinta-feira mais violenta da história recente dos cariocas, a caravana não passou: ficou. Permaneceu na Avenida Brás de Pina, o principal acesso à Vila Cruzeiro, na região da Penha, levando e trazendo soldados para uma guerra que se iniciou de manhã e, ao anoitecer, parecia ganha: a ocupação de um dos principais redutos dos traficantes que aterrorizam os cariocas.

Para os moradores, o nome da quinta-feira foi guerra. Refugiada em um supermercado, sem poder voltar para casa, no morro, enquanto os tiros não cessassem, uma doméstica viu três blindados passarem e berrou:

— Eu nunca quis ir para o Iraque, mas o Iraque veio até a gente!

Com medo de bala perdida, as pessoas atravessavam as ruas sempre correndo. Sem clientes, os comerciantes fechavam as portas.

Duas horas depois do início da ocupação da Vila Cruzeiro, os blindados usavam a Brás de Pina para reembarcar tropas e descansar soldados. Moradores do local apoiavam como podiam, oferecendo água ou suco.

Um abrigo foi oferecido pela prefeitura do Rio para as pessoas que não conseguiriam voltar, ontem, para casa. Eram dezenas, ainda no fim da tarde, em frente ao mesmo supermercado, único comércio em um raio de seis quadras que não desistira dos clientes. Subir o morro era arriscado demais, como comprovou o servente José Pereira, 33 anos, atingido com um tiro no pé quando voltava do trabalho para casa. Segundo ele, mesmo com todo o cuidado para não ser confundido com um traficante, adiantou: estava certo de que a bala em seu pé era de um policial.

— Eles têm de subir no morro para atirar em bandido, não em trabalhador — reclamava.

Pereira é uma vítima de uma guerra que, ao contrário da lutada no Iraque, é tida por boa parte da população como justa. Mas sua expressão de desalento, ao mostrar a receita dos remédios prescritos para seu pé alvejado — caros demais para um servente -, lembrava: nenhuma guerra é justa. No máximo, necessária.

Ocupação da Vila Cruzeiro é um "passo importante"

25 Novembro

A ocupação da Vila Cruzeiro e a "perda do território" dos bandidos representa um "passo importante" para a polícia do Rio. Segundo o Secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, é lá que estão os homens que recebem as ordens de criminosos de presídios e as repassam para outras favelas.

Para ele, se os bandidos não perdem o domínio do território, a polícia não consegue avançar, mas se perdem, ficam expostos e é mais fácil prendê-los. Beltrame se referia à fuga de dezenas de criminosos da Vila Cruzeiro para o vizinho complexo do Alemão, transmitido ao vivo por redes de televisão que filmaram a cena de helicópteros.

"Se tirou dessas pessoas o que nunca foi tirado, que foi seu território. Tiramos o que eles chamavam e consideravam o porto seguro. Ele faziam suas barbaridades na cidade e corriam covardemente para seu reduto protegido por armas de guerra. Os senhores viram (nas imagens) a condição vulnerável que essas pessoas ficam quando se quebra o muro imposto por armas de guerra", afirmou Beltrame.

O secretário disse ainda que a ocupação da Vila Cruzeiro só foi possível com a cessão de carros blindados da Marinha, usados para fazer o transporte das tropas da Polícia Militar com segurança até o alto da favela. O governo do Rio conta também com o apoio da Polícia Federal, que coopera não apenas com o setor de inteligência, mas, pela primeira vez, colocou 300 agentes de prontidão para atuar nas operações.

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Zero Hora

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