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domingo, junho 10, 2012

Patrulha Maria da Penha


Patrulha protegerá mulheres

PAZ EM CASA - A RECEITA DO VALE DO TAQUARI

Iniciativa que deve entrar em vigor em outubro tentará evitar as “mortes anunciadas” causadas por conflitos domésticos no RS


KAMILA ALMEIDA - ZERO HORA 09/06/2012

Uma ronda disposta a colocar ordem nos lares gaúchos vem sendo idealizada e deve entrar em vigor até outubro. Batizada de Patrulha Maria da Penha, em referência à lei que trata dos direitos de mulheres vítimas de violência, a ação pretende atuar em áreas mais críticas do Rio Grande do Sul para evitar as mortes anunciadas. A iniciativa partiu da Secretaria da Segurança Pública, que tem por meta alterar o atual quadro, em que 91% das mulheres assassinadas no Rio Grande do Sul já haviam procurado a polícia.

– Queremos nos antecipar para que conflitos mais leves não evoluam para lesões corporais graves até o homicídio. Para isso, programamos uma política forte de governo que vai atacar o crime antes que ele ocorra. O Judiciário será nosso forte aliado em uma atitude pioneira no país – destacou o secretário Airton Michels.

Funcionará assim: toda a vez que uma medida protetiva, que impede o homem de se aproximar da mulher, for concedida, o Tribunal de Justiça (TJ) informará automaticamente ao sistema de consultas integradas da segurança pública. Assim, quando uma vítima ligar para solicitar apoio da Brigada Militar no atendimento de uma ocorrência, aquele que atender a ligação poderá ter uma noção do risco que a pessoa está correndo.

Além disso, visitas sistemáticas à casa das vítimas serão programadas para que elas se sintam efetivamente protegidas.

Uma experiência bem próximo do que quer o governo do Estado já está funcionando no Vale do Taquari. O desafio foi aceito pela major Nádia Rodrigues Silveira Gerhard, comandante do 40° BPM, com sede em Estrela. Lá, o projeto se chama Operação Família em Paz (leia no quadro ao lado). A iniciativa foi implementada há um mês, mas Nádia já comemora os resultados: oito homens foram presos por desobediência à Lei Maria da Penha.

– Não adianta o juizado especial oferecer a medida se ela não é fiscalizada por alguém. O juiz diz que o agressor não pode se aproximar da vítima, mas quem vai garantir isso? Nossas mulheres agora têm uma cara, um história. A coragem em denunciar aumentou. – destaca Nádia.

A ação implantada em Estrela deu tão certo que será ampliada para 24 municípios do Vale do Taquari.

– A Brigada Militar é quem, geralmente, presta o primeiro atendimento a essas vítimas. Os policiais precisam estar preparados – diz a coordenadora das delegacias da mulher, Nadine Anflor.

Verba é aguardada para a formação de pessoal

Para auxiliar no projeto Patrulha Maria da Penha, é esperado um repasse de R$ 200 mil do governo federal a ser aplicado em formação de pessoal para atuar com mais sensibilidade na questão da mulher agredida, principalmente nos Territórios da Paz, áreas conflagradas em que há uma atuação especial da polícia.

O juiz-corregedor Marcelo Mairon Rodrigues destacou que o trabalho está sendo tratado como prioridade:

– Uma nova ferramenta está sendo criada para que o sistema onde tramitam os processos do Judiciário possa ser integrado ao consultas integradas. Não tem data para ocorrer, mas deve ser em breve.

Outras ações no Estado

Delegacia da Mulher itinerante – Equipe da Polícia Civil composta por uma delegada, duas escrivãs e dois inspetores visitam os bairros mais distantes e com índices elevados de violência em municípios onde há Delegacia da Mulher. Uma advogada, uma psicóloga e uma assistente social acompanham o atendimento dispensado à vítima.

Orientar para prevenir – São palestras em escolas, universidades e ambientes de trabalho realizadas pelas delegacias da Mulher. Em Porto Alegre, este ano, o foco das orientações voltou-se para empresas, dando preferência para estabelecimentos que empreguem uma quantidade expressiva de homens, como obras.

Pena aos agressores – O Judiciário de Bento Gonçalves obriga os agressores de mulheres a ouvirem essas palestras como parte da pena

Polícia fiscaliza, mas não olha porta malas



ANDRÉ CARAMANTE, DE SÃO PAULO
 - A bacharel em direito Elize Matsunaga, 30, chegou a ter seu carro parado pela Polícia Militar Rodoviária de SP quando estava transportando em três malas o corpo esquartejado do marido, Marcos Matsunaga, 42, morto por ela no dia anterior. 
Elize foi parada no dia 20 de maio porque o carro dela, uma Pajero TR4, estava com o licenciamento vencido e os policiais militares rodoviários foram avisados que o veículo trafegava pela Rodovia Antônio Romano Schincariol, a SP-127, por um "radar inteligente" sobre o problema. 
Os PMs a pararam e a multaram, segundo a Polícia Civil de São Paulo. A multa foi aplicada na região de Capão Bonito (226 km de SP), quando Elize, que seguia para o Paraná, onde pretendia jogar as partes do corpo de Matsunaga, se arrependeu da viagem por causa da filha de um ano e voltou para São Paulo.
Depois de ser parada pelos policiais militares rodoviários e não ser descoberta por transportar o corpo do marido esquartejado, segundo Elize disse à polícia, ela resolveu jogar as partes em Cotia (Grande São Paulo). Depois, ela voltou para o apartamento do casal, na Vila Leopoldina (zona oeste de SP), onde as câmeras de segurança a flagraram sem as malas, por volta das 23h53. 

Números preocupam autoridades.

ZERO HORA 10/06//2012. 


 Apesar de os roubos e furtos estarem em queda em relação a 2011, o grande volume de ocorrências preocupa as autoridades. Isso porque só nos primeiros três meses do ano foram registrados 13.419 roubos (com violência) e 41.775 furtos. 


Em Porto Alegre, segundo as contas oficiais, foram 2.053 ataques a pedestres – sendo que 96 deles terminaram com as vítimas feridas –, 1.375 roubos de veículos e 419 assaltos a estabelecimentos comerciais.

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Zero Hora

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