A contenção geral de gastos no governo gaúcho vai atingir no próximo mês a Polícia Civil e já atinge a Brigada Militar (BM) em relação ao uso de combustível em viaturas. Depois das horas extras e diárias, os policiais estão reclamando que o trabalho está sendo afetado e o racionamento já é inevitável, bem como a priorização de casos mais graves. Na BM, já há viaturas paradas em quartéis e na Polícia, cortes devem chegar a 45%.
Polícia Civil
Em algumas cidades, principalmente no Interior, o corte no combustível chegará a 45%. Em contato com um agente, ele destacou que vai poder usar durante todo o mês apenas R$ 150,00 para abastecer o veículo. Na Capital, a redução chegará a 30%, ou seja, em média, as viaturas recebiam entre R$ 350,00 e R$ 400,00 para o abastecimento, só que agora não passará de R$ 250,00.
Contraponto
A Chefia de Polícia confirma a redução, mas destaca que sempre tem cota extra disponível e que o bom senso será usado por cada policial para evitar prejuízos ao trabalho e à comunidade.
Brigada Militar
Em contato com brigadianos, a Reportagem da Rádio Gaúcha obteve a informação de que a redução já ocorreu neste mês de abril. No entanto, os comandantes estipularam metas e ajustes para tentar não prejudicar o policiamento. Um oficial relatou que na semana passada foi obrigado a deixar pelo menos cinco viaturas paradas devido aos cortes de gastos. Nesta terça-feira (28), outro oficial teve de deixar duas viaturas paradas por não ter combustível. Em contato com um posto de combustíveis usado pela BM, o gerente destacou que a média de abastecimento diário de veículos da corporação caiu em até 30%.
No Interior, a situação é ainda pior. Por questões de segurança, para não alertar criminosos, os PMs pediram para que não fossem divulgados os nomes das cidades. Mas em algumas delas, o comandante proibiu que os veículos circulassem à noite, só em casos graves. Em outras, uma mesma viatura atende dois municípios devido a diminuição de verba para abastecer. Em outra região, por exemplo, o comando estipulou que não passem de 35 quilômetros rodados por mês. Anteriormente, para garantir um bom policiamento, cada viatura fazia até 100 quilômetros mensais.
Contraponto
O Comando Geral da Brigada Militar nega estas informações. Além disso informou que não houve redução das cotas e nem atraso do pagamento aos fornecedores de combustível neste ano de 2015.