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segunda-feira, abril 09, 2012

POLICIAL RODOVIÁRIO GAÚCHO É SUSPEITO DE COLABORAR COM CACHOEIRA



OPERAÇÃO MONTE CARLO. Policial gaúcho é suspeito de colaborar com Cachoeira. Conforme a PF, inspetor da Polícia Rodoviária receberia propina para passar informações a bicheiro - FÁBIO SCHAFFNER | BRASÍLIA, ZERO HORA 08/04/2012

Um policial gaúcho está no centro do suposto esquema de corrupção montado pelo bicheiro Carlinhos Cachoeira no entorno de Brasília. Natural de Cruz Alta e lotado no Ministério da Justiça, o inspetor da Polícia Rodoviária Federal Alex Sandro Klein da Fonseca, é suspeito de proteger a quadrilha ao repassar informações privilegiadas e evitar o fechamento de bingos e casas de caça-níqueis. Em troca, receberia propina de até R$ 9 mil por mês.

Zero Hora teve acesso ao inquérito da Polícia Federal sobre a Operação Monte Carlo, que desbaratou uma rede criminosa integrada por policiais, políticos e contraventores. Em pelo menos 34 páginas, os agentes mapeiam a atuação do gaúcho, flagrado em grampos e fotografias negociando o recebimento de dinheiro.

Chamado de “Tchê”, “Fonseca” ou “Gaúcho” nas dezenas de interceptações telefônicas, até junho do ano passado ele trabalhava na Coordenação de Policiamento de Fronteiras, da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça. Foi afastado das funções por decisão judicial.

Fonseca seria um dos principais protetores da máfia comandada por Cachoeira.

“Observou-se, pelo teor dos diálogos entre membros da organização criminosa e entre estes e o próprio investigado Fonseca, forte suspeita de que há um constante e regular repasse de valores de cerca de R$ 9.000 mensais da quadrilha para Fonseca, para que este, em razão de sua função pública, prestasse serviços à organização ou deixasse de atuar, colaborando para as atividades ilícitas de Carlinhos Cachoeira e seus parceiros”, diz a página 1.795 do inquérito.

A PF dedicou quatro páginas para a montagem de um organograma com as trocas de telefonemas e os encontros do gaúcho com integrantes da quadrilha. São 26 conversas e 16 fotografias catalogadas. Nas imagens, a PF diz que o gaúcho estaria recebendo R$ 4 mil de propina em um posto de combustíveis em 24 de janeiro de 2011.

A PF encontrou pelo menos sete registros de repasses ao policial no sistema de contabilidade da organização. Seriam pagamentos realizados de janeiro a agosto de 2011, no dia 10 de cada mês. De acordo com a investigação, o suborno tinha como contrapartida a obtenção de “informações sigilosas sobre operações policiais que poderiam ter como alvo as casas de jogos ilegais”.

Procurado por ZH, Alex Fonseca não foi localizado e não retornou os recados deixados na secretária eletrônica de seu celular. ZH também procurou o advogado do policial, mas não obteve retorno.

JUÍZA AMEAÇADA TEVE DADOS ACESSADOS POR PMs


Justiça como alvo. Identificados PMs que acessaram dados de juíza ameaçada de morte na Capital. Investigações apontam envolvimento de um atendente do Ciosp e de um policial que faz o patrulhamento ostensivo. José Luís Costa - ZERO HORA, 09/04/2012 | 03h57


Investigações do Ministério Público (MP) e do Tribunal de Justiça do Estado (TJ) levaram à identificação de pelo menos dois PMs que teriam acessado informações pessoais da juíza Elaine Maria Canto da Fonseca, transferida da 2ª Vara do Júri de Porto Alegre após ameaças de morte dirigidas a ela e a familiares.

Um deles trabalha no Centro Integrado de Operações da Segurança Pública (Ciosp), de onde os dados foram repassados a um colega lotado em um quartel da zona norte de Porto Alegre.

É comum PMs do patrulhamento ostensivo ligarem para o Ciosp, solicitando, por exemplo, consultas sobre nomes de pessoas, para verificar se elas são foragidas, ou sobre placas de carros, checando se são furtados ou roubados.

Foi em meio a essa rotina que, em uma madrugada, os dados da juíza foram pesquisados a pedido de um policial militar que estaria de serviço na rua.

Os nomes foram descobertos durante a investigação. Como todos os acessos aos computadores ficam registrados, rapidamente chegou-se ao nome do PM atendente do Ciosp que entrou no Consultas Integradas, o sistema de segurança pública do Estado.

Interpelado, o servidor do Ciosp revelou qual colega havia telefonado. Procurado, o PM negou que tivesse ligado para o Ciosp e alegou que alguém poderia ter se identificado com o nome dele para fazer a consulta. As versões dos PMs estão sob investigação porque pairam dúvidas sobre elas.

Não é descartada a possibilidade de que as informações tenham sido “vendidas” para terceiros, como já ocorreu com dados armazenados no Consultas Integradas, que reúne registros pessoais de todos os gaúchos, incluindo apenados, cadastros de armas e de veículos.

Contudo, existe a certeza de que a pesquisa foi o ponto de partida para intimidar a juíza. Pelo menos uma das ligações ameaçadoras teria origem do mesmo chip de celular que, dias antes, foi utilizado para solicitar os dados de Elaine junto ao Ciosp.

Caso é considerado sem precedentes no Estado

Pela complexidade, o caso é tratado com reservas pelas autoridades e considerado sem precedentes no Estado.

— É comum ouvir relatos vindos do fundo das cadeia de que um determinado preso promete matar o juiz que o condenou, mas isso nunca passou de desabafo. Por causa da origem das ameaças e pelo fato de a juíza ser muito atuante, é o caso com mais fatos que demonstram ter havido risco potencial à autoridade da juíza — diz o coronel Ladimir da Silva, coordenador do Núcleo de Inteligência do Judiciário (NIJ), organismo responsável pela segurança dos magistrados, criado em 2003, após o assassinato de dois juízes, em São Paulo e no Espírito Santo.

Os autores das ameaças estariam monitorando os passos da juíza e saberiam, inclusive, que ela se sentiu mal durante uma audiência e foi atendida em um hospital.

O TJ designou uma equipe de seguranças para garantir a proteção dela e de seus familiares 24 horas por dia. Da 2ª Vara do Júri, ela foi convocada para a 18ª Câmara Cível do TJ.

PROMOTORA PEDE PROTEÇÃO POLICIAL


Promotora de Caxias do Sul pede proteção policial - CARLOS ETCHICHURY, ZERO HORA 09/04/2012

A promotora Silvia Regina Becker Pinto, 48 anos, uma das que atuam no Tribunal do Júri de Caxias do Sul, foi ameaçada de morte ao final de uma audiência na semana passada. No sábado, Silvia enviou e-mail (veja detalhe abaixo) para o procurador-geral de Justiça Eduardo de Lima Veiga, para o corregedor-geral de Justiça Armando Lotti e para o subprocurador-geral de Justiça para Assuntos Institucionais, Marcelo Dornelles, com cópia para colegas e policiais, relatando o teor das ameaças e pedindo ajuda.

Na quinta-feira, após se desentender com um réu durante audiência, Silvia soube que o homem a teria jurado de morte.

– Um agente penitenciário me disse que, ao chegar ao xadrez do fórum, o réu falou que me mataria. Ele disse ainda que conhecia os meus hábitos e sabia inclusive o nome do restaurante em que eu janto – conta.

Conforme a promotora, no MP desde 1998, já ocorreram outras ameaças, mas nenhuma tão incisiva como esta.

– Elas partem de alguém que tem tradição em crimes de sangue.

Réu em um processo por tentativa de homicídio, o homem suspeito cumpre pena de 12 anos de prisão por outras duas tentativas de homicídio. De acordo com o subprocurador Marcelo Dornelles, pelo menos três medidas imediatas serão tomadas para garantir a integridade da promotora. Uma delas será um pedido do MP para remover o suspeito para outra comarca. As outras serão manter Silvia em Porto Alegre por mais uma semana e reforçar sua escolta.

– Promotores que atuam na área do juri têm se exposto cada vez mais porque muitos réus por homicídio estão também ligados a quadrilhas de traficantes – ponderou Dornelles.

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