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segunda-feira, novembro 22, 2010

Nova “quadrilha dos explosivos” pode estar atuando no Estado

Novembro de 2010

Os recentes ataques a bancos em Paverama e Sertão Santana trouxeram uma certeza à polícia gaúcha: há uma nova quadrilha especializada em usar explosivos para arrombar bancos atuando no Rio Grande do Sul. O primeiro grupo foi desarticulado entre os meses de maio e agosto deste ano, com a prisão dos seus principais líderes.

Entre os detidos, estão o ex-policial militar Wanderley Grehs, 50 anos, e Ronaldo Mack, que respondem a processos por furto qualificado. Segundo a polícia, Mack era especializado na instalação dos explosivos em cofres.

Já a nova quadrilha que é suspeita de atacar a agências do Banco do Brasil em Paverama neste mês teria demorado algum tempo para aprender a instalar os materiais da forma mais efetiva. O grupo é suspeito de tentar explodir o cofre de outros postos bancários.

A polícia não descarta que os criminosos recebam orientações de assaltantes presos no Estado.

Preso em São Paulo detento gaúcho portador de tornozeleira eletrônica

Novembro de 2010

A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) informou que foi preso em Bragança Paulista, no estado de São Paulo, um detento do regime aberto de Taquara, no vale do Paranhana. Ele era considerado foragido desde o início deste mês. Este caso de fuga é o primeiro no Estado envolvendo detentos que usam tornozeleira eletrônica. O apenado foi detido pela Polícia paulista em parceria com a Susepe, que continuava monitorando o foragido. Agentes penitenciários do Rio Grande do Sul foram para São Paulo a fim de trazê-lo. Até o momento não foram divulgados o motivo da fuga e nem o local exato onde estava o detento.

Apesar de ser voluntário, o preso vai perder a tornozeleira e o direito de dormir em casa, tendo que ficar durante as noites no presídio de Taquara. Segundo o superintendente substituto da Susepe, ele pediu à Justiça autorização para trabalhar em uma transportadora, mas não esperou a homologação e teria se apresentado na empresa de forma irregular.

Até agora houve pelo menos quatro ocorrências envolvendo presos do regime aberto monitorados por tornozeleiras no Rio Grande do Sul. Além do caso do preso em Bragança Paulista, outros dois foram de prisões por tráfico de drogas e um quarto por tentativa de estupro. Ao todo, 141 apenados são monitorados pelos equipamentos. O contrato emergencial vence neste mês, mas a Susepe vai prorrogar por mais 90 dias

Tecnologia alimenta a rede do crime nas prisões

Nos presídios, o celular é uma máquina do mal. Com ele, bandidos presos conseguem comandar redes de crimes. Pipocam na mesa de delegados casos de criminosos que utilizam os telefones para tudo, desde organizar o tráfico nas bocas até para ordenar assassinatos.

Um áudio de uma escuta autorizada pela Justiça mostrou a força do celular. Em maio de 2008, o chefe do tráfico da Vila Maria da Conceição, na Capital, Paulo Ricardo Santos da Silva, o Paulão, ligou para um comparsa de dentro da Pasc. Mandou atacar o marido de uma jovem, filha de um amigo da Vila, que teria dito que não o temia:

— Quebra, quebra ele. Ou fura ele. O que tu quiser, mas quebra ele.

Além do tráfico e de homicídios, os celulares facilitam outros crimes, como o roubo de carros para servir para assaltos ou os golpes telefônicos, como o do falso sequestro. A prisão de líderes não coíbe ações criminosas fora das celas. Para o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Jones Calixtrato, é perceptível que bandidos, mesmo depois de presos, continuam passando por cima da lei.

— Prendemos os traficantes, mas as bocas continuam organizadas — lamenta.

Segundo o oficial, é necessário mudar a estratégia com urgência:

— É difícil deter a entrada, por isso temos de achar mecanismo para bloquear a comunicação.

Tecnologia a serviço dos presos

- Em outubro, foi descoberta uma rede de criminosos que utilizava internet via celular para encomendar crimes. O detentos usavam programas de relacionamento para conversar com comparsas e familiares de dentro das prisões.
- Em setembro, a Polícia Civil descobriu como uma quadrilha ordenava execuções de traficantes rivais, além de negociar armas e encomendar roubo de veículos.
- Em agosto, investigações da Polícia Civil apontaram que a Pasc havia se transformado em escritório do tráfico, comandando por Nei Machado, ex-braço direito de Fernandinho Beira-Mar.
- Em 2009, a operação policial Cova Rasa desarticulou uma quadrilha responsável por dezenas de homicídios na Região Metropolitana. Ordens de homicídios teriam sido feitas de celulares de dentro de prisões.

ARTIFÍCIOS PARA CHEGAR AOS DETENTOS

A maior parte dos celulares entra nos presídios em razão de furos no sistema de fiscalização. A criatividade dos criminosos também dificulta a ação de coibir o acesso. Veja alguns casos:
- Em setembro, um adolescente foi apreendido após usar um arco de competições esportivas para lançar flechas com celulares para dentro da Pasc;
- Em 2009, PMs recolheram em pelo menos duas oportunidades pombos transportando componentes de celulares, como baterias, no Presídio Central.

Apreensões de celulares em cadeias alarmam Justiça

Desde maio de 2009, 2.072 aparelhos foram apreendidos em 20 cadeias da Região Metropolitana
Gustavo Azevedo | gustavo.azevedo@zerohora.com.br

Um levantamento do juiz Sidinei Brzuska, responsável por fiscalizar 20 presídios e albergues da Região Metropolitana, revela a facilidade com que os aparelhos celulares chegam às mãos de apenados. De maio de 2009 até a semana passada, haviam sido apreendidos 2.072 mil telefones, quase 103 por mês, em média, ou quatro aparelhos por dia.

Para efeitos de comparação, a Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe) afirma ter recolhido 2,6 mil unidades em 2009. O levantamento da Susepe, no entanto, contabiliza as mais de 90 casas carcerárias do Estado.

Segundo o magistrado da Vara de Execuções Criminais (VEC) da Capital, a maior parte dos equipamentos foi encontrada no Presídio Central, na Capital, e na Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas. Os presídios da VEC compõem a espinha dorsal do sistema prisional gaúcho.

— Mas detectamos problemas em locais que não deveriam entrar de jeito nenhum como a Pasc (Penitenciária de Alta Segurança de Charqueadas), onde o controle deveria ser muito maior — lamenta Brzuska.

O atual governo tentou por meses implantar o bloqueador de sinais nos presídios, mas a medida acabou frustrada. A tecnologia prejudicava o sinal de usuários vizinhos às cadeias. A Susepe resolveu apostar em detectores de metais. Segundo a Susepe, a licitação para a aquisição dos equipamentos ainda está em andamento.

Para o autor do levantamento, a melhor forma de diminuir o número de celulares é apertar o cerco contra os principais fornecedores: visitantes dos apenados e agentes penitenciários.

— Antes do parlatórios, os advogados eram apontados como culpados. Agora só restam essas duas alternativas — afirma Brzuska.

Após visita técnica às cadeias do Espírito Santo neste fim de semana, o juiz aponta o Estado do Sudeste como exemplo a ser seguido:

— Eles têm 15 presídios livres de celular atualmente. O Estado dá tudo para o preso, desde roupa até papel higiênico. Não entra nada de fora. E não tem revista de visitantes. As visitas são monitoradas e se houver suspeita, o preso fica três dias numa sala que eles chamam de descontaminação.

O que dizem os cotados para a Segurança Pública

O mapeamento das apreensões de celulares nas cadeias da Região Metropolitana deverá ser concluído até o fim do ano.

A intenção do juiz Sidinei Brzuska é entregar a pesquisa para o novo governo em janeiro.

— Vamos pedir providências para enfrentar isso — afirma o magistrado.

Cotados para assumir a Secretaria de Segurança Pública, o superintendente regional da Polícia Federal, Ildo Gasparetto, e o diretor-geral do Departamento Penitenciário Nacional, Airton Michels, têm opiniões semelhantes para combater essa chaga.

A saída é apostar em tecnologia e seguir o modelo adotado nos presídios federais.

— Nesses presídios não entra celular. É preciso profissionalizar a Susepe e usar novas tecnologias — diz Gasparetto.

Para Michels, responsável pelas unidades federais, o investimento precisa ser alto.

— Há um problema de gestão não só no Estado, mas em grande parte do país. É necessário muito dinheiro para que nada entre nos presídios, como foi feito no modelo federal. É preciso achar uma tecnologia viável que impeça o uso. O ideal seria criar uma solução com as operadoras de telefonia — afirma o diretor-geral do Depen.

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