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segunda-feira, novembro 22, 2010

Tecnologia alimenta a rede do crime nas prisões

Nos presídios, o celular é uma máquina do mal. Com ele, bandidos presos conseguem comandar redes de crimes. Pipocam na mesa de delegados casos de criminosos que utilizam os telefones para tudo, desde organizar o tráfico nas bocas até para ordenar assassinatos.

Um áudio de uma escuta autorizada pela Justiça mostrou a força do celular. Em maio de 2008, o chefe do tráfico da Vila Maria da Conceição, na Capital, Paulo Ricardo Santos da Silva, o Paulão, ligou para um comparsa de dentro da Pasc. Mandou atacar o marido de uma jovem, filha de um amigo da Vila, que teria dito que não o temia:

— Quebra, quebra ele. Ou fura ele. O que tu quiser, mas quebra ele.

Além do tráfico e de homicídios, os celulares facilitam outros crimes, como o roubo de carros para servir para assaltos ou os golpes telefônicos, como o do falso sequestro. A prisão de líderes não coíbe ações criminosas fora das celas. Para o subcomandante-geral da Brigada Militar, coronel Jones Calixtrato, é perceptível que bandidos, mesmo depois de presos, continuam passando por cima da lei.

— Prendemos os traficantes, mas as bocas continuam organizadas — lamenta.

Segundo o oficial, é necessário mudar a estratégia com urgência:

— É difícil deter a entrada, por isso temos de achar mecanismo para bloquear a comunicação.

Tecnologia a serviço dos presos

- Em outubro, foi descoberta uma rede de criminosos que utilizava internet via celular para encomendar crimes. O detentos usavam programas de relacionamento para conversar com comparsas e familiares de dentro das prisões.
- Em setembro, a Polícia Civil descobriu como uma quadrilha ordenava execuções de traficantes rivais, além de negociar armas e encomendar roubo de veículos.
- Em agosto, investigações da Polícia Civil apontaram que a Pasc havia se transformado em escritório do tráfico, comandando por Nei Machado, ex-braço direito de Fernandinho Beira-Mar.
- Em 2009, a operação policial Cova Rasa desarticulou uma quadrilha responsável por dezenas de homicídios na Região Metropolitana. Ordens de homicídios teriam sido feitas de celulares de dentro de prisões.

ARTIFÍCIOS PARA CHEGAR AOS DETENTOS

A maior parte dos celulares entra nos presídios em razão de furos no sistema de fiscalização. A criatividade dos criminosos também dificulta a ação de coibir o acesso. Veja alguns casos:
- Em setembro, um adolescente foi apreendido após usar um arco de competições esportivas para lançar flechas com celulares para dentro da Pasc;
- Em 2009, PMs recolheram em pelo menos duas oportunidades pombos transportando componentes de celulares, como baterias, no Presídio Central.

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