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quinta-feira, maio 28, 2015

Secretário adjunto de segurança fala sobre violência no Pará

Cel Hilton Benigno concedeu entrevista ao Bom Dia Pará.
De acordo com Segup, são apreendidas sete armas por dia.


O secretário adjunto de gestão operacional da Secretaria de Segurança Pública do Pará (Segup), Cel Hilton Benigno, concedeu entrevista nesta terça-feira (26) ao Bom Dia Pará para falar sobre os crimes ocorridos em Belém nos últimos dias. No sábado (23),um jovem de 19 anos morreu durante um assalto uma criança de 8 anos também veio a óbito após ser baleada durante uma invasão à uma festa infantil. Na noite da última segunda-feira (25), um outro jovem de 23 anos foi assassinado na capital.
Confira:
Quais medidas estão sendo tomadas com relação a violência na capital?
O sistema estadual de segurança pública vem atuando “diuturnamente”. Para se ter uma ideia, no primeiro quadrimestre de 2014, já foram apreendidas 900 armas no nosso estado. Mas será que isso é o suficiente?Não sei dizer se é suficiente, mas é algo que tem que ser trabalhado. São sete armas por dia. Se considerarmos que 60, 70% dos homicídios, no nosso estado, são decorrentes de armas de fogo, estamos dizendo aí que possivelmente cinco ou seis mortes são evitadas diariamente por essas armas. Na última pesquisa realizada no país, entre os anos de 1980 e 2012 tivemos um aumento de 380% de mortes por arma de fogo. Se formos considerar apenas a população jovem do país, pessoas entre 15 e 29 anos, esse número aumenta para 460%. Nós saímos de 4.400 mortes em 1980 para quase 25 mil mortes por armas de fogo em 2012. Então, é um número que preocupa a sociedade brasileira.
E o Pará, infelizmente, lidera ranking de violência urbana. Existe algum plano de segurança diante de tantas mortes violentas? E o que é feito pelos jovens que estão entregues ao crime organizado, tanto social, econômica, quanto profissionalmente? Porque o que vemos são jovens cada vez mais novos cometendo crimes.
É um fenômeno que atinge a sociedade brasileira, infelizmente. A região norte do país foi uma região que entre 2002 e 2012 contou com grande crescimento das mortes de jovens por arma de fogo. Nós no sistema estadual de segurança pública desde 2014 atuamos com um programa de resultados. Trabalhamos com indicadores de redução da criminalidade e com indicadores de aumento da produtividade, que eu chamo de indicadores de esforços ou de suor, por exemplo, a apreensão de armas de fogo. Nós estabelecemos mensalmente uma meta de aumento da apreensão de armas de fogo para evitar esse tipo de delito. Não só o aumento da apreensão de armas, mas também a captura de foragidos do sistema penitenciário. Para você ter uma ideia, nesse quadrimestre já foram 700 capturados.
Mas tivemos muitas fugas recentes. Neste final de semana, por exemplo, muitas foram registradas. E a captura dessas pessoas que fugiram do sistema penal?
Como eu falei, 700 pessoas foram capturadas neste quadrimestre, 680 mandados de prisão foram realizados. Foram apreendidos mais de 30 kg por mês de entorpecentes, quase que diariamente. Então, são números que mostram o esforço do estado para fazer o enfrentamento da criminalidade. Além disso, tem a atuação do Pró-Paz. O “Pró-paz nas escolas” tem mais de cinco mil alunos matriculados. O “Pró-paz juventude”, que atua na faixa etária de 18 a 29 anos para diminuir a evasão escolar, para qualificar as pessoas, para colocar no mercado de trabalho gerando emprego e renda são esforços que o estado vem fazendo.
O senhor considerou o número de apreensão de armas, um número bom. No entanto, a gente percebe que ainda há muitas armas circulando. Vocês já identificaram de onde vem tanta arma, ou seja, os nossos limites territoriais não estão vulneráveis demais para a entrada de arma de fogo?
Sem dúvida. Eu gostaria que estivesse alguém do meu lado aqui, por exemplo, da Polícia Federal, porque o controle das fronteiras é da União.
Vamos falar então do estado do Pará. Nós temos os nossos limites que são de responsabilidade do estado, ou seja, esse limite entre estados.
Legalmente o controle das fronteiras por onde entram as armas contrabandeadas são da União. Mas o efetivo da Policia Federal é insignificante para fazer o enfrentamento em uma fronteira enorme como a nossa.

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