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segunda-feira, março 04, 2013

Susepe realiza trabalho inédito de prevenção ao aprisionamento feminino


01 de Março de 2013
Agentes penitenciárias orientam visitas nos presídios femininos do RS
Agentes penitenciárias orientam visitas nos presídios femininos do RS
A Superintendência dos Serviços Penitenciários (Susepe), por meio da Coordenadoria Penitenciária da Mulher e com apoio do Departamento de Segurança e Execução Penal (Dsep), está realizando um trabalho inédito no país, de orientação e prevenção ao aprisionamento feminino. Servidores da instituição estão distribuindo para as mulheres que visitam seus familiares no sistema prisional, a cartilha com a Lei Maria da Penha, textos com dados e depoimentos do aprisionamento feminino no RS e no país, além de orientações e telefones úteis. 

Segundo a coordenadora Penitenciária da Mulher, Maria José Diniz, "entre as maiores causas do aprisionamento feminino no RS está o tráfico de drogas com 78% e, deste índice, 60% das mulheres violam seu próprio corpo com a introdução de materiais ilícitos". Maria José acrescenta ainda que elas sofrem pressões das redes de tráfico e, 40% delas afirmam que foram submetidas a agressões físicas ou morais de seus companheiros ou familiares presos, para burlar o sistema prisional. 

Depoimentos 
Uma pesquisa realizada pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen) em 2008, apontava que 85% dos homens recebiam visitas de companheiras ou familiares, enquanto apenas 8,7% das mulheres recebiam visitas de companheiros e familiares. A coordenadora Penitenciária da Mulher ressalta que o ônus da criação dos filhos recai sobre a mãe e, quando do seu encarceramento, com as avós. "Por este e outros motivos orientamos a todas que façam reflexão sobre o seu futuro e de seus filhos" - explica. 

A detenta R.G.M., da Penitenciária Feminina Madre Pelletier, salienta "o mais triste é saber que não posso levar meu filho no médico. A família lá fora sofre muito. Aqui eu aprendi a dar valor a minha mãe também".  Já a apenada R.C.S., da Penitenciária Feminina de Guaíba, ressalta "eu disse para o meu filho; ‘a mamãe fez coisa errada e precisa ficar nesta escola para aprender', ele respondeu, ‘aprende logo, mamãe, sai daqui logo', isso foi o que mais me doeu" - lembra.
No Anexo Feminino da Penitenciária Modulada de Charqueadas, a presa M.L.P. acrescenta, "quando eu estava na rua visitava meu companheiro todos os dias, agora que estou presa ele me abandonou e arrumou outra para visitá-lo".
Texto e foto: Marco Vieira
Edição: Redação Secom 

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