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quarta-feira, janeiro 19, 2011

PF avalia que fraude envolvendo crimes financeiros era milionária

Polícia | 19/01/2011 | 17h27min

Operação Grammata evitou golpe de R$ 200 milhões contra uma instituição financeira internacional

Flávio Ilha | flavio.ilha@zerohora.com.br
A Polícia Federal (PF) desencadeou nesta quarta-feira em sete estados a Operação Grammata, para desbaratar uma quadrilha especializada em crimes financeiros. A delegada responsável pelas investigações, Aletea Kunde, estima que a fraude seja milionária.


Em apenas uma operação financeira, que foi abortada pela PF, a meta da quadrilha era obter valor equivalente a R$ 200 milhões em empréstimos em uma instituição financeira internacional. Como o empréstimo era lastreado em títulos falsos, nunca era pago pelos tomadores.



O grupo, que tinha céluas no Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás, falsificava títulos da dívida publica brasileira e os repassava a investidores com promessas de ganhos entre 10 e 20 vezes superiores ao valor aplicado.



O primeiro balanço da PF, entretanto, não divulgou o valor estimado do golpe. Segundo a delegada, há indícios que os documentos apreendidos ontem sejam falsificados.



Além disso, Aletea disse que a PF investiga também a participação de empresários no crime de lavagem de dinheiro.



— Alguns investidores contabilizavam o valor de face dos títulos, muito superior ao preço pago para os fraudadores, como forma de garantir uma falsa solidez a seus negócios. Têm coisas que não fecham: ou são muito ingênuos ao acreditar em ganhos tão grandes ou são coniventes — disse Aletea.



No Rio Grande do Sul, foram cumpridos dez mandados de busca e apreensão - sete em Uruguaiana e três em Porto Alegre. Na cidade da fronteira, quatro armas foram encontradas na busca.



Segundo a delegada, três desses mandados envolviam supostas vítimas do esquema, que estão sendo investigadas. A delegada, porém, não descartou a hipótese de que passem a ser suspeitos do crime.



Aletea afirmou também que as buscas no Rio e em São Paulo mostraram a participação de empresários conhecidos no golpe.

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