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terça-feira, dezembro 28, 2010

Matador do Vale dos Sinos

Jovem que disse ter matado 12 pessoas no Vale do Sinos deve ser solto em março

Em março de 2008, um fato estarreceu o Rio Grande do Sul e tornou-se notícia nacional e internacional: um adolescente franzino, de 16 anos, confessou ter assassinado 12 pessoas em oito meses no Vale do Sinos.
O rapaz, que disse ter matado uma das vítimas com pelo menos 20 tiros e torturado outra antes de matá-la, deverá voltar ao convívio da sociedade gaúcha no fim de março do ano que vem.
Internado no Centro de Atendimento Socieducativo (Case) de Novo Hamburgo desde 2008, o jovem ganhará liberdade amparado no artigo 121 do Estatuto da Criança e do Adolescente. Segundo o Eca, uma medida de internação não deve ultrapassar três anos.
Apesar do jovem ter confessado 12 homicídios, a polícia concluiu 11 inquéritos, sendo sete de assassinatos. Foram atribuídos a ele uma morte em Dois Irmãos e outras seis em Novo Hamburgo. Na Justiça, ficou comprovado o envolvimento do adolescente em cinco crimes (quatro em Novo Hamburgo e um em Dois Irmãos). Em outros dois ele foi absolvido. Os demais inquéritos são de tentativa de homicídio, receptação e assalto a comércio.
Delegado fala em risco à sociedade
Para o titular da 4ª DP de Novo Hamburgo, delegado Enizaldo Plentz, responsável pela investigação dos 12 assassinatos, é um risco soltar este jovem. Ele diz que, se confirmada esta possibilidade, a Polícia vai ter que ficar em alerta.
— Ele é uma pessoa violenta. Foram fatos gravíssimos e crimes hediondos. Sem dúvida, ele é um elemento perigoso — ressalta Plentz.
O delegado diz que fatos como este têm de servir de base para se discutir o aumento do período de internação dos adolescentes infratores, principalmente em casos de crimes bárbaros.
O jovem atuava nos bairros Canudos e Santo Afonso de Novo Hamburgo junto com um comparsa maior de idade. Algumas informações também preocuparam a comunidade hamburguense na época, como um suposto plano do jovem para matar dois policiais que o investigavam e a existência de uma lista de possíveis vítimas.
Tentativa de fuga e agressões a internos
Durante quase três anos internado no Case de Novo Hamburgo, o jovem participou de uma rebelião em outubro de 2009, quando, ao lado de outros quatro adolescentes, tentou fugir do local. Também agrediu outros internos e esteve por mais de uma vez em atendimento especial, isolado dos outros jovens.
“Ele expressa muita vontade de mudar”, afirma promotor
O promotor da Infância e Juventude de Novo Hamburgo, Manoel Guimarães, afirma que, apesar dos problemas disciplinares no primeiro ano de internação, o adolescente teria um comportamento melhor nos últimos meses.
— Ele expressa muita vontade de mudar. Mas, existe uma marca nele. Não se sabe o quanto os outros vão querer abordá-lo e incitá-lo a retornar ao crime. É uma situação muito complicada, porque ele passou 16 anos da vida dele em um ambiente sem moral — ressalva.
Em gráfico feito em 2008, entenda mais sobre o caso:
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