CIO dos Jogos Olímpicos, Elly Resende, conta que foram 40 milhões de alertas e 223 ações mitigadas
Por: Felipe Dreher
O mês de agosto foi especialmente agitado para Elly Resende. Não seria para menos, o executivo esteve à frente das estratégias e operações de tecnologia da informação dos Jogos Olímpicos no Brasil. “A TI passou imperceptível”, comemora o CIO da Rio 2016, feliz com o anonimato da área.
Em conversa com a COMPUTERWORLD Brasil ele deu um panorama das Olimpíadas realizadas no Brasil, atualizando uma entrevista que havia concedido há pouco mais de um ano. O maior evento esportivo do mundo realizado no país foi um sucesso em praticamente todos os sentidos. Falando especificamente da parte computacional, tudo ocorreu dentro do previsto.
“Não tivemos praticamente nenhum incidente de tecnologia. Toda operação funcionou bem”, sintetiza o diretor, para acrescentar: “Tivemos uma entrega conforme o esperado, com um trabalho certo e preciso”.
Mas nem tudo são flores. A preparação para a Rio 2016 exigiu bastante do time de tecnologia. Milhares de profissionais estiveram envolvidos no projeto, que demandou um planejamento forte e grande esforço para orquestração de iniciativas.
“Confesso que tivemos uma vida sofrida, até pela própria natureza do negócio. Por mais que tenhamos planejado durante muito tempo, a entrega acontece de uma maneira tardia”, avalia o CIO, citando que a TI é uma das últimas partes a entrar nos pontos onde as competições são realizadas, o que tende a apertar o cronograma.
Além disso, os Jogos Olímpicos atraem a atenção de muita gente – inclusive de cibercrimonosos. Resende conta que o ambiente enfrentou uma quantidade massiva de atividades hacker, com mais de 40 milhões de alertas de segurança, que geraram aproximadamente 25 milhões de ataques, desencadeando 223 ações mitigadas. O salto positivo é que nenhum desses incidentes corrompeu o desempenho da tecnologia.
Efeito cloud
Os Jogos Olímpicos se equivalem a operar a TI de uma empresa de 200 mil funcionários, que atende a 4,8 bilhões de clientes, 24 horas por dia, sete dias por semana, durante um curto espaço de tempo e com diversos momentos de pico no volume de acesso aos sistemas. Um dos grandes destaques nessa edição dos jogos foi a utilização de recursos em nuvem.
Os Jogos Olímpicos se equivalem a operar a TI de uma empresa de 200 mil funcionários, que atende a 4,8 bilhões de clientes, 24 horas por dia, sete dias por semana, durante um curto espaço de tempo e com diversos momentos de pico no volume de acesso aos sistemas. Um dos grandes destaques nessa edição dos jogos foi a utilização de recursos em nuvem.
O conceito foi fundamental, especialmente por se tratar de um evento que ocorre em poucos dias e possui uma intensidade gigantesca. E a Rio 2016 foi a primeira olimpíada a usar cloud computing.
O CIO conta que o modelo trouxe escalabilidade e agilidade para provisionar o ambiente de tecnologia de acordo com a demanda. O portal do evento, nessa edição dos Jogos, foi sustentado por 300 servidores virtuais na plataforma Azure espalhados por quatro data centers distribuídos em três continentes.
Alfredo Deak, responsável pelo projeto do Portal dos Jogos Rio 2016 na Microsoft, conta que o site aguentou picos de 636 páginas visualizadas por segundo, com mais 4,7 milhões de usuários simultâneos.
“Os números são grandiosos”, celebra o executivo, citando que 47 milhões de usuários que visitaram o sistema, que geraram mais de 91 milhões de seções de consulta, com mais de 470 milhões de páginas visitadas.
Segundo Resende, ainda há dados de desempenho da tecnologia que precisam ser olhados com mais atenção para que seja possível fazer um balanço mais preciso do desempenho. Mas, mesmo com as informações preliminares, já é possível dizer que a TI da Rio 2016 conquistou uma reluzente medalha de ouro.