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quarta-feira, dezembro 14, 2016

Cadeias públicas têm 70% mais presos do que a capacidade, diz relatório do CNMP

Com um total de 80 mil vagas, cadeias comportavam no ano passado 136 mil detentos, segundo documento resultado de vistorias no sistema prisional.


As cadeias públicas no país tinham 70% mais presos do que a capacidade máxima de lotação em 2015, segundo relatório divulgado nesta terça-feira (13) pelo Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP). O documento é o resultado de inspeções realizadas em mais de 1,4 mil estabelecimentos prisionais e está em sua segunda edição. O relatório completo pode ser acessado na página do CNMP.
Com um total de 80 mil vagas, as cadeias públicas comportavam 136 mil detentos no ano passado, segundo o CNMP. Foram inspecionadas 748 cadeias. A situação é pior na região Sudeste. Na região Sul há a menor taxa de ocupação de cadeias.
Segundo o relatório, a superlotação ocorre, principalmente, por causa do número excessivo de presos provisórios – cerca de 40% do total de internos, enquanto a média mundial é de 25%.
Nas penitenciárias, a lotação está em 60% acima da capacidade. Em 2015, eram 224.360 vagas para 364.583 presos nos 523 presídios inspecionados pelo CNMP.
Ao avaliar a ocupação pelo sexo dos detentos, a superlotação é pior nos estabelecimentos prisionais masculinos, embora tenha sido registrado um crescimento mais acelerado da população carcerária feminina. Os estabelecimentos que abrigam homens estão com 60% de presos a mais do que a capacidade. Nos femininos, a superlotação é de 23% acima da capacidade de acordo com os dados do relatório.
Também foram identificados problemas nas condições de instalação. Do total de estabelecimentos prisionais inspecionados, apenas 490 tinham camas para todos os presos.
Em só 19% dos estabelecimentos no país os presos provisórios são separados dos que cumprem pena, e em apenas 10% os presos primários são separados dos reincidentes.
NOTÍCIA ORIGINALMENTE PUBLICADA POR G1.

quinta-feira, dezembro 08, 2016

Aprovada urgência para projeto que torna tráfico de animais crime qualificado

Publicado por Câmara dos Deputados
O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (6) o regime de urgência para o Projeto de Lei 347/03, da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Animais, que considera a prática do comércio ilegal de animais silvestres de forma permanente, em grande escala ou em caráter nacional ou internacional como crime qualificado, punível com pena de reclusão de dois a cinco anos e multa.
Íntegra da proposta:
  • PL-347/2003
Reportagem – Eduardo Piovesan
Edição – Pierre Triboli

A reprodução das notícias é autorizada desde que contenha a assinatura 'Agência Câmara Notícias'

Segurança pública debate políticas de enfrentamento ao uso de crack

07/12/2016 

A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado debate hoje as ações sobre a gestão das políticas públicas de enfrentamento ao uso de crack e outras drogas. O debate foi sugerido pelos deputados Alexandre Baldy (PTN-GO) e Cabo Sabino (PR-CE).
Criado em 2010 pelo Poder Executivo, o Plano Integrado de enfrentamento ao Crack e outras Drogas previu investimentos em ações de saúde, assistência e repressão ao tráfico em um montante aproximado de R$ 400 milhões no ano em que foi implantado.
Em um tema tão relevante, a fiscalização deve ser ampla, uma vez que o uso de drogas ilícitas, não raras vezes, desencadeia efeitos que são sentidos no campo da segurança e da saúde pública. Além disso, há notícias relacionadas à fragmentação no emprego dos recursos que foram destinados ao Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e outras Drogas”, afirmam os parlamentares
Foram convidados:
- o chefe da Divisão de Operações de Repressão a Drogas da Polícia Federal, Alexandre Custódio Neto;
- o coordenador-geral da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, Rafael Alloni; e
- a médica especialista em políticas públicas Cinthia Lociks.
O debate será realizado às 16h30, no plenário 6.
Da Redação - RL
Fonte: Agência Câmara Notícias

terça-feira, novembro 29, 2016

Segurança Pública atualiza duas cartas do Baralho do Crime

Ferramenta foi criada para estimular a contribuição da população para o trabalho da polícia

Do R7


Os novos membros do instrumento lúdico são parte de grupos criminosos responsáveis por vários homicídiosDivulgação/SSP



Dois novos criminosos foram adicionados ao Baralho do Crime da SSP (Secretaria da Segurança Pública). As cartas Rei de Copas e Oito de Copas foram substituídas. Os novos membros do instrumento lúdico são parte de grupos criminosos responsáveis por vários homicídios registrados no estado.

Com prisões temporária e preventiva solicitadas, Leone Santos Costa, chamado também de “Leone do Pânico” e “Leone do Pela Porco”, é o novo Rei de Copas da ferramenta. Ele atua no município de Feira de Santana onde é conhecido pela vasta lista de assassinatos cometidos.
O homicida é um dos principais comparsas de Ronilson Oliveira Jesus, apelidado de “Rafael”, que chefia uma facção criminosa e também é procurado pela polícia. Leone participou de chacinas, resultando em mais de 30 assassinatos, e agora substitui Josemar Silva Barbosa, o “Joca do Cavalo”, preso no último dia 17.
O rosto de Ramiro Nascimento Lopes estampa a carta Oito de Copas. Associado ao tráfico de drogas, o criminoso lidera uma quadrilha no bairro de Brotas e é procurado por homicídio e roubo a mão armada.
A ferramenta foi criada para estimular a contribuição da população para o trabalho da polícia. Ao reconhecer algum bandido, o cidadão pode ligar de qualquer parte do estado através do (71) 3235-0000.  Se você viu Leone Santos Costa, “Leone do Pânico” ou “Leone do Pela Porco” e Ramiro Nascimento Lopes, denuncie através do 3235-0000.

Ministro da Defesa alerta para risco de agravamento da crise na segurança pública

O ministro da Defesa, Raul Jungmann, alertou para o risco de agravamento da crise na área de segurança pública, quadro que relaciona com a fragilidade das fronteiras nacionais, por onde armas e drogas chegam ao país. Ele citou a grave situação do Rio de Janeiro, afirmando que hoje o estado funciona como centro de distribuição global para o crime organizado envolvido com o tráfico de drogas e armas. Depois, ressaltou que chegam a ele informações do serviço de inteligência que motivam temores quanto ao avanço da criminalidade nos demais estados.
- Se não tomarmos cuidado, o Rio pode ser [o espelho do] Brasil amanhã. Digo isso porque nós temos sintomas como esse no Amazonas, nós temos problemas em Pernambuco, enfim, no país afora – afirmou.
Os comentários foram feitos na Comissão de Relações Exteriores (CRE), nesta quinta-feira (24), durante audiência pública em que falou sobre planos e ações do Ministério da Defesa. Na audiência, proposta pelo presidente da comissão, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB_SP), um dos temas foi a participação das Forças Armadas em ações de segurança pública, dando apoio às forças estaduais, de acordo com linha de atuação constitucionalmente prevista.
Apenas no Rio, em 2013, tropas militares ocuparam a Favela da Maré, lá permanecendo por mais de um ano. As operações, segundo Jungmann, custaram cerca de R$ 400 milhões aos cofres federais. Depois, as Forças Armadas se engajaram nas operações de segurança durante a Copa do Mundo de 2014 e nas Olimpíadas em 2016. O ministro afirmou, contudo, que a questão da segurança é “absolutamente nacional”, não apenas do Rio, embora admitindo que esse estado está necessitando muito de apoio federal nesse momento, em diferentes campos.
“Férias para bandidos”
Para o ministro, porém, apenas soldados nas ruas não resolve o problema da segurança pública. No máximo, observou, isso oferece uma condição momentânea de “conforto, e ao mesmo tempo significando um tempo de “férias para bandidos”. Indicou que o quadro só irá se modificar por meio de ações públicas nas áreas socialmente fragilizadas, onde o crime organizado se estabelece. Foi nesse ponto em que citou a soma de recursos gastos com a ocupação da Favela da Maré, em mais de R$ 1 milhão por dia.
- Quando nós saímos de lá e o Estado não chegou, simplesmente voltamos ao status quo de antes, ou pior – comentou.
Ainda citando o Rio, o ministro disse que levantamentos do Exército feitos durante as Olimpíadas revelam um mapa geográfico em que cerca de 1,5 milhões de pessoas vivedo em áreas com forte domínio do tráfico ou das milícias, praticamente debaixo de “um regime de exceção, onde as garantias e as franquias constitucionais não são exercidas”. Em sua avaliação, não é possível que isso ocorra sem que já tenha havido algum grau de comprometimento de “parte do Estado”. No “coração das trevas”, afirmou, estão a milícia e o tráfico, que exercem seu poder político para eleger representantes.
- O representante, dentro do nosso sistema presidencialista de coalizão, vai participar da composição do Poder Executivo, inclusive, possivelmente, do sistema de segurança. Ou seja, não é possível aquilo chegar àquela metástase a que chegou sem que você tenha uma participação efetiva do próprio Estado – concluiu.
Previdência dos militares
O ministro voltou a dizer que as Forças Armadas não se negam a contribuir para o esforço de ajuste fiscal, que tem como um dos seus pilares a reforma dos sistemas previdenciários. Afirmou que houve má compreensão de uma manifestação anterior feita por ele, que resultou na divulgação de notícia de que os militares não fariam parte dessa reforma.
Porém, salientou que os militares, além de especificidades da carreira, possuem um regime previdenciário próprio constitucionalmente estabelecido. Segundo ele, a ideia é tratar da reforma desse sistema numa segunda etapa. Nesse momento, defendeu, seria também importante analisar um novo plano de cargos e salários. Segundo ele, a remuneração dos militares é muito aquém dos valores atribuídos para outras carreiras do serviço público.
- Nada contra o que ganha alguém no Ministério Público ou na Justiça, mas não é aceitável para a Defesa que hoje um general quatro estrelas, ao fim da carreira, com doutorado, com formação, com 35 anos de trabalho, esteja ganhando R$15 mil ou R$16 mil líquidos.
Orçamento
O ministro detalhou projetos e orçamento do Ministério da Defesa, que agora em 2016 conta com dotação global de R$ 82,4 bilhões. Segundo ele, os valores vêm se mantendo no mesmo patamar nos últimos anos, em termos nominais. Porém, se for levada em conta a inflação, as Forças Armadas vem perdendo recursos.
Do total previsto para o ano, R$ 4,5 bilhões são os recursos destinados ao chamado PAC da Defesa, que engloba investimentos estratégicos como o desenvolvimento do caça FX-2, em consórcio com a Suécia. Devem ser gastos esse ano R$ 1,5 bilhão do projeto, com valor estimado em R$ 22,3 bilhões até o final.  O acordo envolve a construção de 36 aeronaves, com transferência de tecnologia. De acordo com o ministro, o projeto está evoluindo de modo positivo
Outros programas estratégicos das Forças Armadas, porém, estão sendo afetados pela crise fiscal. Segundo ele, alguns projetos foram autorizados no auge da expansão econômica, e agora está sendo necessário avaliar como poderão ter seguimento. Citou, como exemplo, a construção de um submarino de propulsão nuclear e outros de padrão convencional. Em consórcio com a França, esse programa tem custo global de R$ 19,4 bilhões. No total, os valores gastos e orçados, até 2016, somam R$ 7,1 bilhão.
O ministro admitiu que também segue em ritmo lento o programa Sisfron, o sistema integrado de monitoramento para cobrir os 17 mil quilômetros de fronteira, que incorpora tecnologia de satélite, radar e aviões não tripulados (vant). Considerado estratégico para o combate do crime organizado, sobretudo para evitar a entrada de armas e drogas no país, o programa ficou limitado até o momento a trecho em Mato Grosso, no município de Dourados. O ministro revelou que as Forças Armadas precisam saber lidar com a realidade da falta de recursos, sem se dobrar ao pessimismo.
- Crise não deve ser sinônimo de paralisia. Crise não deve ser sinônimo de abatimento; pelo contrário, devemos redobrar esforços e ter ousadia para vencer isso. Estamos discutindo maneiras de obter financiamento. Evidentemente não temos tudo solucionado, mas estamos pensando em como obter isso – afirmou.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)

Governo lança projeto de radiocomunicação digital para a Segurança Pública

Por  Larissa Bastos e Jobison Barros     28/11/2016 

Sistema busca facilitar comunicação entre as forças policiais do estado; assinatura ocorreu no Palácio dos Palmares/Maceio


O governador Renan Filho (PMDB) assinou, na manhã desta segunda-feira (28), o sistema de radiocomunicação digital, com o objetivo de facilitar a troca de informações entre as forças da Segurança Pública e impedir que a frequência do rádio da polícia seja copiada. O lançamento do sistema ocorreu no salão Aquatune, no Palácio dos Palmares, no Centro. 

De acordo com Renan Filho, a radiocomunicação de forma digital dará mais agilidade aos serviços da polícia, com destaque para a operacionalização, além de impedir que terceiros copiem a frequência da comunicação da polícia. O investimento do governo federal é de mais de R$ 35 milhões. 
"Estamos dando um passo muito grande, pois muitas viaturas vão conseguir se comunicar ao mesmo tempo. Esta é a primeira etapa executada trazendo a radiocomunicação digital para Maceió e regiões circunvizinhas. Tem projeto pronto para digital em Arapiraca, que está em testes. Semana passada, estive com o ministro da Justiça e solicitei a prorrogação do convênio para conclusão do projeto integral. Alagas será o primeiro estado do País a ter este sistema em todo o seu território", explicou Renan Filho. 
Em um primeiro momento, os aparelhos de tecnologia avançada serão utilizados pelas bases e viaturas das Polícias Civil (PC) e Militar (PM), Corpo de Bombeiros Militar (CBM) e Perícia Oficial (PO), além do Grupamento Aéreo, em Maceió. 
Com o novo sistema, todos ficam interligados com precisão, mantendo, inclusive contato solo/ar sem dificuldades. Outra vantagem da comunicação é a garantia de que nenhum sinal das polícias pode ser captado e ocorrências copiadas.
Ao todo, são 690 rádios móveis, mais 140 transceptores de rádio fixos, seis estações rádio base com quatro portadoras, mais 24 com duas portadoras e 20 estações de despacho. O sistema possui, também, localização automática de veículos.

Convocação
O governador reafirmou que haverá concurso público em breve. Além disso, policiais que se aposentaram devem voltar ao serviço, para as atividades burocráticas e ações de proximidade com a população, que não exigem tanto esforço físico. Alguns estados já fizeram isso.

Repatriação
Governadores do Nordeste reagiram contra o pacote de medidas de austeridade que o Ministério da Fazenda apresentou na semana passada como contrapartida para que os Estados fiquem com R$ 5 bilhões referentes à parcela de multas pagas no programa de repatriação de recursos mantidos no exterior. Eles reclamam porque dizem ter feito o "dever de casa" com medidas de cortes de despesas.  
"Concordo que deve haver cortes pelos estados. Estamos fazendo isso aqui. O que não dá para fazer é um pacote único para todos os estados do Brasil, pois não estamos na mesma situação que eles. Quando assumi, cortei 30% dos cargos em comissão em Alagoas e o governo federal, agora, quer que corte ainda mais 20%. Não temos mais como fazer isso", argumentou Renan Filho. 


Moraes discute Plano Nacional de Segurança Pública com procuradores-gerais

Agência Brasil

O ministro da Justiça, Alexandre de Moraes, reuniu-se hoje (25) com o Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais (CNPG), na sede do Ministério Público estadual de São Paulo, para discutir o Plano Nacional de Segurança Pública.
Estamos aqui em mais uma etapa da elaboração do Plano Nacional de Segurança Pública. Fiz uma nova rodada de conversações, já tenho me reunido com todos os secretários de Segurança dos estados, os secretários de Justiça e Assuntos Penitenciários, todos chefes de Polícia Civil, todos os comandantes-gerais e agora é uma nova reunião com todos os procuradores-gerais de Justiça”, disse o ministro.
Segundo Moraes, uma das propostas que está sendo discutida para o plano é a criação de um grupo por parte do Ministério Público específico para homicídios, nos mesmos moldes que existe o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
A ideia é que, dentre os promotores do júri, alguns passem a acompanhar mais de perto a investigação de homicídios e passem a ter maior proximidade com as forças policiais, tanto a Força Nacional como as polícias estaduais. Desse modo, o ministro acredita que haverá maior resolução dos homicídios.
Se nós prendermos em torno de 120 matadores em alguns estados da federação, nós diminuímos muito os homicídios”, disse. “Para isso, nós precisamos do auxílio próximo do Ministério Público e todos os procuradores-gerais vem se posicionando a favor disso”.
Proposta polêmica
Outra proposta do ministro é sobre a “racionalização do sistema penitenciário”. “Nós temos 42% dos 630 mil presos no Brasil de presos provisórios. Nós temos um número muito alto de presos provisoriamente que praticaram crimes sem violência ou grave ameaça. Enquanto nós temos um número menor de presos que praticaram crimes com violência ou grave ameaça, mas que rapidamente saem da cadeia”, disse o ministro.
Moraes admitiu que, mesmo que polêmica, sua proposta é que, durante as audiências de custódia – que são feitas 24 horas após a prisão em flagrante e tem o objetivo de avaliar a necessidade daquela pessoa ser mantida em cárcere ou aguardar o julgamento em liberdade – já seja feito um julgamento, caso o preso confesse o crime, e seja empregada uma pena alternativa, como tornozeleira eletrônica ou serviço à comunidade.
Por que não nesse momento, 24 horas depois [do flagrante], se confessando o crime, a possibilidade de o Ministério Público oferecer a transação penal, com uma pena restritiva de direitos, ou tornozeleira, ou uma prestação de serviço a comunidade? Justiça rápida, um custo menor para o estado e a sociedade vai verificar que, em 24 horas, já houve a solução do problema sem que o processo fique rodando muito tempo, defendeu o ministro.
Sobre os crimes graves, como homicídio e latrocínio (roubo seguido de morte), Moraes defendeu que os réus cumpram pelo menos metade da pena antes da progressão do regime. “O homicida, o latrocida , aquele que pratica um crime com violência, com grave ameaça, esse deve ser preso realmente, deve ir para a penitenciária, mas não é razoável que fique só um sexto da pena [antes de progredir de regime]”, disse.
Questionado se as medidas não seriam uma reforma do Código Penal, ele respondeu que não há necessidade de uma grande reforma, são questões pontuais com quatro ou cinco alterações. “Você pode fazer uma verdadeira revolução nessa questão de combate a criminalidade. O Plano Nacional de Segurança tem também sua vertente de apresentar propostas legislativas.
Ministério Público
Gianpaolo Poggio Smanio, procurador-geral de Justiça de São Paulo, disse que da parte do Ministério Público de São Paulo, as principais contribuições são relacionadas ao combate do crime organizado, a exemplo da atuação do Gaeco, e questões de combate à violência doméstica, por meio das promotorias que combatem a violência doméstica, “que são as bandeiras e o trabalho importantíssimo dos estados”.
Também é importantíssimo o trabalho na diminuição dos homicídios, que o Brasil tem índices muito altos e nós estamos buscando a diminuição. Então faremos também grupos de trabalho na investigação dos homicídios, atuação no júri, para que possamos também oferecer sugestões e poder prestar um serviço para a população”, disse Smanio.
O procurador também considera importantíssimo o fortalecimento dos ministérios públicos estaduais. “A criminalidade se combate nos estados, são os promotores de Justiça dos estados que fazem frente aos homicídios, aos roubos, aos furtos, à receptação, à criminalidade organizada, lavagem de dinheiro”, disse. Por isso, ele considera importante que os ministérios públicos participem, possam oferecer sugestões e estejam integrados no sistema nacional de segurança pública.

quarta-feira, novembro 16, 2016

Segurança nas fronteiras será tema em reunião do Cone Sul

A segurança nas fronteiras e o combate aos crimes transfronteiriços, como o narcotráfico, o contrabando e o tráfico de armas e de pessoas será tema de debate em reunião, nesta quarta-feira (16), em Brasília, entre representantes de cinco países, além do Brasil. Confirmaram presença os responsáveis por órgãos diplomáticos e de segurança pública da Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai.

Segundo o Itamaraty, o Brasil será representado pelos ministros das Relações Exteriores, José Serra; da Defesa, Raul Jungmann; da Justiça, Alexandre de Moraes; e do Gabinete de Segurança Institucional, general Sergio Etchegoyen.

De acordo com o subsecretário-geral de Assuntos Políticos Multilaterais Europa e América do Norte, embaixador Fernando Simas Magalhães, a reunião é uma iniciativa inédita que visa aprimorar a cooperação entre os países do bloco.

Nesta conformação, é um formato único, inédito, com foco na maior integração entre os órgãos responsáveis pela segurança pública, pelo controle das nossas fronteiras, pelo combate aos crimes transnacionais e pela articulação dos órgãos de inteligência, afirmou.

Segundo o subsecretário-geral, os países sul-americanos, de forma geral, já possuem acordos bilaterais sobre o tema e que, portanto, a proposta é incrementar os esforços conjuntos entre os países do Cone Sul.

Não pretendemos suplantar os organismos existentes ou excluir da discussão outros parceiros da América do Sul. […] Já há compromissos jurídicos entre os países envolvidos que, obviamente, serão aproveitados de uma melhor forma.

segunda-feira, outubro 10, 2016

Série de reportagens apresenta experiências bem-sucedidas em segurança pública

Repórter do Grupo RBS viajou a São Paulo e Minas Gerais para contar como 
comunidades reduziram índices de homicídios, roubo e furto de veículo e reincidência
criminal
Fruto da mobilização “Segurança Já” do Grupo RBS, uma série de reportagens
que relata três exemplos de superação dos grandes nós da segurança pública
será publicada a partir desta segunda-feira (10) em Zero Hora e Diário Gaúcho.
Assinadas pelo repórter Eduardo Torres e com imagens do repórter fotográfico
Mateus Bruxel, as matérias procuram inspirar Porto Alegre e Região
Metropolitana na luta contra o aumento da violência.
No primeiro dia, a reportagem relata a história da favela de Heliópolis, na
capital paulista, que reduziu drasticamente o número de homicídios a partir
da mobilização da comunidade. 
Após o assassinato de uma adolescente em 1999, os moradores passaram 
a enfrentar o crime organizado com caminhadas pela paz. Unidos, construíram uma
verdadeira cidade de educação, com escolas, centros culturais e centros esportivos e
conseguiram a urbanização de 90% da favela. Como consequência, houve uma queda de
86,9% no número de homicídios. Em 2001, ocorreram 130 assassinatos. No ano passado, foram
17 mortes.

– O que ocorreu lá foi uma verdadeira revolução cultural a partir da educação – relata
 Eduardo. 

Na terça-feira (11), segundo dia da série, será contado o caso da cidade de Jundiaí, no

interior de São Paulo, que implementou o monitoramento eletrônico completo das ruas, com
um sistema inteligente de banco de dados, e deu poder de polícia à Guarda Municipal. Em
dois anos, o município reduziu em 37% o roubo e o furto de veículos.
Na quarta-feira (12), os repórteres mostram a rotina no presídio da Associação de Proteção
e Assistência aos Condenados, em Nova Lima (MG), onde foi implantado um método
alternativo para a ressocialização de apenados. Lá, os detentos exercem a função de
agentes penitenciários, todos trabalham e estudam enquanto cumprem as penas, seja em
regime aberto ou fechado. Há, inclusive, cursos universitários dentro da instituição para esse
fim. A Apac registra 20% de reincidência no crime, enquanto que o índice nacional gira em
torno de 80%.

– Essa série reflete uma preocupação essencial da atuação editorial dos veículos da RBS na
crise da segurança no Rio Grande do Sul. Nossa missão não é apenas denunciar os
problemas, mas também apontar soluções, a fim de estimular a reversão desse estado de
insegurança a que chegamos – afirma o vice-presidente Editorial do Grupo RBS, Marcelo
Rech.

Todo o conteúdo será desdobrado para o rádio e a TV. Na segunda-feira, os programas
Gaúcha Atualidade, na Rádio Gaúcha, e Jornal do Almoço, na RBS TV, entrevistam a dupla
de repórteres. A TV também exibirá trechos de vídeos realizados por eles e que serão
disponibilizados na íntegra no site de Zero Hora.
A série é produzida pela editoria integrada de segurança do Grupo RBS, criada como parte
da mobilização editorial e institucional “Segurança Já”, lançada em 26 de agosto. Desde
então, mais de 640 reportagens já foram publicadas e veiculadas em diferentes plataformas
pelos jornais Zero Hora, Diário Gaúcho, pela Rádio Gaúcha e pela RBS TV.

terça-feira, agosto 30, 2016

Rio 2016 enfrentou 25 milhões de ataques de segurança

CIO dos Jogos Olímpicos, Elly Resende, conta que foram 40 milhões de alertas e 223 ações mitigadas

Por: Felipe Dreher 
O mês de agosto foi especialmente agitado para Elly Resende. Não seria para menos, o executivo esteve à frente das estratégias e operações de tecnologia da informação dos Jogos Olímpicos no Brasil. “A TI passou imperceptível”, comemora o CIO da Rio 2016, feliz com o anonimato da área.
Em conversa com a COMPUTERWORLD Brasil ele deu um panorama das Olimpíadas realizadas no Brasil, atualizando uma entrevista que havia concedido há pouco mais de um ano. O maior evento esportivo do mundo realizado no país foi um sucesso em praticamente todos os sentidos. Falando especificamente da parte computacional, tudo ocorreu dentro do previsto.
“Não tivemos praticamente nenhum incidente de tecnologia. Toda operação funcionou bem”, sintetiza o diretor, para acrescentar: “Tivemos uma entrega conforme o esperado, com um trabalho certo e preciso”.
Mas nem tudo são flores. A preparação para a Rio 2016 exigiu bastante do time de tecnologia. Milhares de profissionais estiveram envolvidos no projeto, que demandou um planejamento forte e grande esforço para orquestração de iniciativas.
“Confesso que tivemos uma vida sofrida, até pela própria natureza do negócio. Por mais que tenhamos planejado durante muito tempo, a entrega acontece de uma maneira tardia”, avalia o CIO, citando que a TI é uma das últimas partes a entrar nos pontos onde as competições são realizadas, o que tende a apertar o cronograma.
Além disso, os Jogos Olímpicos atraem a atenção de muita gente – inclusive de cibercrimonosos. Resende conta que o ambiente enfrentou uma quantidade massiva de atividades hacker, com mais de 40 milhões de alertas de segurança, que geraram aproximadamente 25 milhões de ataques, desencadeando 223 ações mitigadas. O salto positivo é que nenhum desses incidentes corrompeu o desempenho da tecnologia.
aneisolimpicos
Efeito cloud
Os Jogos Olímpicos se equivalem a operar a TI de uma empresa de 200 mil funcionários, que atende a 4,8 bilhões de clientes, 24 horas por dia, sete dias por semana, durante um curto espaço de tempo e com diversos momentos de pico no volume de acesso aos sistemas. Um dos grandes destaques nessa edição dos jogos foi a utilização de recursos em nuvem.
O conceito foi fundamental, especialmente por se tratar de um evento que ocorre em poucos dias e possui uma intensidade gigantesca. E a Rio 2016 foi a primeira olimpíada a usar cloud computing.
O CIO conta que o modelo trouxe escalabilidade e agilidade para provisionar o ambiente de tecnologia de acordo com a demanda. O portal do evento, nessa edição dos Jogos, foi sustentado por 300 servidores virtuais na plataforma Azure espalhados por quatro data centers distribuídos em três continentes.
Alfredo Deak, responsável pelo projeto do Portal dos Jogos Rio 2016 na Microsoft, conta que o site aguentou picos de 636 páginas visualizadas por segundo, com mais 4,7 milhões de usuários simultâneos.
“Os números são grandiosos”, celebra o executivo, citando que 47 milhões de usuários que visitaram o sistema, que geraram mais de 91 milhões de seções de consulta, com mais de 470 milhões de páginas visitadas.
Segundo Resende, ainda há dados de desempenho da tecnologia que precisam ser olhados com mais atenção para que seja possível fazer um balanço mais preciso do desempenho. Mas, mesmo com as informações preliminares, já é possível dizer que a TI da Rio 2016 conquistou uma reluzente medalha de ouro.

segunda-feira, agosto 29, 2016

Militares que transportavam maconha receberiam R$ 10 mil cada

Os três cabos do Exército presos por transportarem três toneladas de maconha para o interior de São Paulo em um caminhão da própria Força receberiam R$ 10 mil cada pelo serviço. O dinheiro seria pago no local em que entregavam a droga, em Campinas, que estava sendo monitorado pelo Denarc (Departamento Estadual de Prevenção e Repressão ao Narcotráfico), da Polícia Civil. Na tentativa de fuga na madrugada deste domingo (28), houve troca de tiros entre os militares e a equipe do Denarc. Após o confronto, os cabos Higor Attene e Maykon Coelho, que estavam no caminhão, foram presos em flagrante. De acordo com a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, os dois militares admitiram que a droga estava no caminhão e disseram que vinham de Campo Grande (MS). 
  
O terceiro cabo, Raul Simão, ficou ferido e foi localizado mais tarde em um hospital de Limeira (SP). Ele foi detido e levado ao Denarc. Outros dois homens, que tentaram fugir em uma Fiorino, também foram presos. Segundo a Polícia Civil, eles teriam ido a um empresa desativada para pegar a maconha. Foram apreendidas uma pistola com numeração apagada utilizada pelos cabos e mais uma van que, segundo a polícia, teria sido abandonada por outras duas pessoas envolvidas no crime. Segundo a Secretaria da Segurança Pública, o Denarc investigava o caso havia três meses. Os policiais descobriram que um carregamento de drogas chegaria a uma empresa desativada em Campinas e ficaram no aguardo dos criminosos. A pasta informou que a ocorrência está sendo registrada e as investigações prosseguirão. 
  
O Exército informou que o caminhão pertence ao 20º Regimento de Cavalaria Blindado de Campo Grande (MS), integrado pelos três cabos. Em nota, a instituição afirma que "não admite atos desta natureza, que ferem os princípios e valores mais caros sustentados pelos integrantes da Força". Em razão da gravidade do fato, "que desonra a instituição e atinge a nossa sociedade, os militares encontram-se presos e serão expulsos do Exército". Um inquérito policial militar foi instaurado, paralelamente à investigação da Polícia Civil, para apurar todos os fatos e responsabilidades. O comando do Exército ainda agradece "o eficiente trabalho dos órgãos de segurança pública do Estado de São Paulo, colocando-se à disposição para apoiar as investigações na busca do rigoroso esclarecimento das circunstâncias que envolveram a ocorrência policial". Por fim, a nota diz que haverá "minuciosa investigação na Organização Militar de onde os militares e a viatura são oriundos, com o objetivo de corrigir procedimentos de segurança, para que falhas desta natureza não voltem a ocorrer."


(Folhapress)

Força Nacional de Segurança

Força Nacional de Segurança

Frente aos acontecimentos atuais, os gaúchos, que se orgulham de ser do Estado mais politizado e de tantos outros (falsos) motivos para tal, estão diante da mais sóbria evidência: a falência do Estado! Para ressuscitar a segurança pública, sugere-se a intervenção da Força Nacional? 
Ora, de que adianta a Força Nacional de Segurança Pública se temos efetivo suficiente para conter a violência? O que não temos são gestores capazes, que tenham a coragem de fazer o que deve ser feito! Não temos dinheiro para colocar a tropa na rua? Se temos agora, não teremos amanhã, após o retraimento da Força Nacional. 
Assim, vemos mais uma dilaceração do (falso) orgulho gaúcho. E mais, temos os piores bandidos do País. 
(Leandro Dalbosco Machado)

Força Nacional chega a Porto Alegre para reforçar segurança pública

Servidores chegaram à capital por volta das 16h30 deste domingo (28). Eles devem se juntar aos policiais militares que atuam na Operação Avante.
Os 120 servidores da Força Nacional de Segurança convocados para auxiliar no policiamento de Porto Alegre chegaram à capital na tarde deste domingo (28). O grupo deixou o Rio de Janeiro na sexta-feira (26) e chegou em Porto Alegre por volta das 16h30. Os servidores foram levados às sedes do 1º e do 9º Batalhão da Brigada Militar, onde ficarão hospedados.
Uma viatura do Batalhão de Operações Especiais (BOE) fez a escolta da tropa do pedágio de Gravataí, na Região Metropolitana, até os prédios dos batalhões. No percurso, motoristas e passageiros de veículos que passavam pelos carros da Força Nacional na BR-290 saudaram os servidores com buzinaços e aplausos.
Segundo o subcomandante da Brigada Militar, coronel Andreis Silvio Dal'Lago, os servidores vão se juntar aos policiais militares que atuam na Operação Avante, que vem sendo realizada de forma permanente pela BM desde o início do ano para combater o crime na Região Metropolitana.
Eles devem começar a atuar no policiamento no fim da tarde de segunda-feira (29) ou, no máximo, na manhã de terça-feira (30). Ainda de acordo com Dal'Lago, os servidores vão trabalhar de oito a nove horas por dia, do início da manhã até o final da tarde, em abordagens policiais em barreiras, no eixo onde há fluxo de veículos, inclusive roubados, próximos a escolas e comércios. Ainda não está definido até quando a Força Nacional atuará na capital.
Pedido de apoio em Brasília
A decisão do governador gaúcho de pedir apoio em Brasília foi tomada após mais um latrocínio em Porto Alegre. No fim da tarde de quinta-feira (25), uma mulher de 44 anos foi morta em frente à filha enquanto esperava outro filho sair de uma escola na Zona Norte da cidade. Na noite do mesmo dia, o governo anunciou a exoneração do ex-secretário de Segurança.
O reforço da segurança no estado com a Força Nacional foi acertado na manhã da última sexta-feira (26), após uma reunião entre Sartori e o presidente em exercício, Michel Temer, em Brasília. Em outras ocasiões, o governo federal havia oferecido o apoio e o prefeito José Fortunati chegou a se manifestar a favor da medida, então descartada pelo Piratini.
Força Nacional atua em situações de crise
A Força Nacional de Segurança foi criada em 2004 para atuar em situações de crise e emergência. Todos os estados cedem policiais militares e civis, bombeiros e peritos para compor o efetivo. Em troca, os governadores podem solicitar a presença da força quando acharem necessário.

Insegurança pública, o outro lado da crise

Violência já saiu das grandes metrópoles e chegou em regiões antes vistas como exemplos


O outro lado da moeda da crise financeira nos vários níveis de governo e do ajuste fiscal  como única saída para os males do País já está bem evidente no colapso da segurança pública em vários estados. A violência galopante já saiu das grandes metrópoles e chegou, inclusive, no "sul maravilha", além de capitais menores, como Natal. Na semana passada, o secretário da  Segurança Pública do Rio Grande do Sul, Wantuir Jacini, pediu exoneração do cargo em meio a uma onda de vários dias de crimes violentos na Região Metropolitana de Porto Alegre. Assim como em outros estados, o governador José Ivo Sartori pediu ajuda à Força Nacional.
Liliana Lavoratti
liliana@dci.com.br

segunda-feira, agosto 08, 2016

Susto, tiros e morte fora do Maracanã

Militares no Maracanã

Image copyrightGETTY IMAGES
Image captionEspecialistas ouvidos pela BBC Brasil apontam que esquema de segurança não impede problemas 'cotidianos'
Segundo a agência de notícias Associated Press, voluntários e outros espectadores que deixavam a cerimônia pouco após a meia noite de sexta-feira ouviram tiros e tiveram que se esconder atrás de carros para se protegerem.
Pouco depois, viram um corpo ensanguentado no chão e um homem fugindo em um carro próximo a um estacionamento de uma universidade, ao lado do estádio.
As imagens do jovem ensanguentado junto a uma bicicleta sendo atendido por uma ambulância foram divulgadas pelas agências de notícias internacionais, mas, até o momento, não tiveram grande repercussão na mídia nacional.
As circunstâncias do crime ainda não foram esclarecidas. Relatos iniciais apontam que o responsável pelos disparos seria um policial à paisana que reagiu a uma tentativa de assalto e acabou matando um jovem de 22 anos.
O incidente teria ocorrido nas imediações da esquina da rua São Francisco Xavier com a rua Felipe Camarão, a menos de 1km do Maracanã.
Testemunhas ouvidas pela BBC Brasil e que não quiseram se identificar confirmaram o relato dizendo ter ouvido tiros ao deixar o estádio e visto o corpo.
Em nota, a Delegacia de Homicídios (DH), que investiga o caso, confirmou a morte e informou à BBC Brasil que uma perícia detalhada foi realizada.
"As primeiras informações obtidas em investigação minuciosa iniciada no local apontam que o suspeito praticava assaltos quando um policial militar de outro Estado, trabalhando na segurança da Olimpíada, teria reagido baleando-o."
Os policiais civis, militares e bombeiros de outros Estados que atuam na segurança das instalações de competição dos Jogos integram a Força Nacional. Os que estavam de folga puderam tentar assistir ao show no estádio na noite de sexta-feira.
Consultados pela BBC Brasil, membros da Força Nacional atuando no Rio e que não quiseram se identificar deram outra versão do caso.
"Era um delegado de Polícia Civil do Distrito Federal que estava de folga no Rio de Janeiro e reagiu ao assalto, matando o jovem. Ele não é da Força Nacional e não está trabalhando na segurança das Olimpíadas", disse um deles.
A DH não confirmou a versão e diz que aguarda investigações para dar mais detalhes.

Segurança Pública aprova cadastro nacional de assassinos de policiais


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Segurança Pública aprova cadastro nacional de assassinos de policiais
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A Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara dos Deputados aprovou o Projeto de Lei 4535/16, do deputado Capitão Augusto (PR-SP), que cria o Cadastro Nacional de Homicidas de Policiais.
O cadastro reunirá informações relativas a condenados pelo crime de homicídio praticado contra policiais, no exercício da função ou em razão dela.
A proposta responsabiliza o Poder Executivo pela manutenção do Cadastro, que será alimentado pelas outras esferas por meio de convênios.
Responsabilizar criminososO relator, deputado Cabo Sabino (PR-CE), afirma que o Cadastro Nacional de Homicidas de Policiais será uma ferramenta para que o Estado tenha melhores condições de responsabilizar os autores dessa cruel prática.
“É mais uma ferramenta à disposição da sociedade para que crimes dessa natureza sejam coibidos em plenitude e seus perpetradores responsabilizados tempestiva e adequadamente, para que os policiais continuem a prover proteção a todos os brasileiros”, defendeu.
Tramitação
De caráter conclusivo, a proposta ainda depende de deliberação da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania.

terça-feira, julho 12, 2016

Mens legislatoris e medidas protetivas pelo delegado de polícia

Tramita pelo Senado Federal, tendo como relator o senador Aloysio Nunes Ferreira, o PL 7/2016, de autoria do deputado Sérgio Vidigal que, dentre outras propostas, traz uma que é motivo de aguçado debate e de posicionamentos jurídicos conflitantes. Reside, justamente, na inclusão do artigo 12-B naLei Maria da Penha (lei 11.340/06) e contempla legitimidade ao delegado de Polícia para decretar medidas protetivas de urgência, assim redigido:
"Verificada a existência de risco atual ou iminente à vida ou integridade física e psicológica da vítima ou de seus dependentes, o delegado de polícia, preferencialmente da delegacia de proteção à mulher, poderá aplicar provisoriamente, até deliberação judicial, as medidas protetivas de urgência previstas no inciso III do art. 22 e nos incisos I e II do art. 23 desta Lei, intimando desde logo o ofensor.
§ 1º O juiz deverá ser comunicado no prazo de vinte e quatro horas e poderá manter ou rever as medidas protetivas aplicadas, ouvido o Ministério Público no mesmo prazo".
Lei Maria da Penha ganhou diferenciadas conotações desde sua edição e vem demonstrando a necessidade de sua constante atualização, em razão do próprio dinamismo social. Basta ver que saiu de seu curso normal de tutela a partir do momento em que várias decisões de tribunais superiores ampliaram o alcance da sua norma originária, permitindo sua aplicação à criança, homem ou idoso, desde que se encontrassem na peculiar situação de violência doméstica e familiar e, nesta ginástica interpretativa, aplica-se a todos, sem qualquer distinção, observando os limites intra murosfamiliar.
Mens legis e mens legislatoris são duas expressões que ocupam lugar de relevo na ciência hermenêutica. Enquanto a primeira delas vem a significar o espírito da lei captado na vontade do legislador, de acordo com a sua intenção, a segunda faz ver que o mesmo legislador pode criar uma nova lei, alterar ou ampliar a existente, desprezando até mesmo sua literalidade, mas imbuído da intenção de alcançar realmente os valores que a lei pretende proteger. Opera, pois, como um renovador com a intenção de rejuvenescer e fecundar a forma existente para integrá-la à realidade social. "Toda lei, já advertia Maximiliano, é obra humana e aplicada por homens; portanto imperfeita na forma e no fundo, e dará duvidosos resultados práticos, se não verificarem, com esmero, o sentido e o alcance das suas prescrições"1.
Tem-se que, no caso do projeto de lei ora discutido, o Legislativo, com base na melhor hermenêutica, pretende dar uma conotação mais adequada ao texto originário da Lei11.340/06, que permite única e exclusivamente ao juiz de direito a decretação das medidas protetivas de urgência, depois que a autoridade policial ouviu a vítima, providenciou as provas e determinou a realização do exame de corpo de delito, quer dizer, vinculou-se objetiva e subjetivamente à causa.
É sabido, conforme constatação da prática penal, que a autoridade policial, por ser a primeira a ter contato com a vítima em crimes de violência doméstica, tem uma perfeita dimensão do quadro e sabe perfeitamente quais as medidas protetivas indicadas para o caso. Basta ver que a Delegacia de Polícia é o único e recomendável refúgio para a mulher e seus dependentes, sem falar ainda da presença de várias outras pessoas que ali comparecerem espontaneamente para testemunhar a respeito do fato, principalmente quando há visível risco à integridade física.
Este tipo de violência realiza-se de forma rápida, já que vem antecedida pela ebulição de um clima de agressões verbais, físicas e exige, de pronto, uma solução para frear o ímpeto do agressor e proteger os envolvidos. Buscar uma providência judicial, por mais rápida que seja, demanda precioso tempo e estimula o agressor, que se vê no limbo da impunidade e sem qualquer restrição de convívio, a praticar crimes de maior gravidade, como o feminicídio.
Nada mais justo do que munir a autoridade policial de poderes para aplicar as medidas protetivas que entenda necessárias por ocasião do atendimento da ocorrência e, posteriormente, submetê-las ad referendum do Judiciário, que poderá mantê-las ou revê-las, inclusive contando com a manifestação do Ministério Público, no prazo de 24 horas.
Se a autoridade pode o mais, que é determinar a prisão em flagrante delito, praticando verdadeiro ato de constrição à liberdade do cidadão, em defesa da sociedade, com a mesma carga de razão, poderá determinar medidas cautelares de proteção àqueles que se encontram em situação de risco iminente à integridade física, psicológica e à própria vida, nos casos de violência doméstica.
A lei não pode ser considerada um texto final, perfeito, não permitindo retoques, pois contraria a sua própria essência, que é a de servir o homem no seu tempo, nas suas necessidades. Daí que a norma não se basta por si só e necessita da autonomia legislativa para conquistar a garantia almejada. Assim, a inclusão da legitimidade do Delegado de Polícia em impor medidas restritivas retrata a necessidade da constante e permanente interpretação da norma para que possa se amoldá-la às necessidades sociais.
__________
1 Maximiliano, Carlos. Hermenêutica e aplicação do direito. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p. 8.

Eudes Quintino de Oliveira Júnior é promotor de Justiça aposentado, mestre em Direito Público, pós-doutorado em Ciências da Saúde. Advogado e reitor da Unorp.
Pedro Bellentani Quintino de Oliveira, mestrando em Direito pela Unesp/Franca, pós-graduando em Direito Empresarial pela FGV/São Paulo, advogado.

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